terça-feira, 27 de março de 2012

Ginástica Artística

É preciso adaptar esse conteúdo a realidade escolar, pois poucas são as escolas que possuem um ginásio equipado com todos os aparelhos necessário para iniciação desse esporte. No entanto o aluno precisa tomar ciência das características principais da ginástica artística e até mesmo experimentar algumas sensações provocadas pela prática. Por isso costumo realizar uma seqüência didática para esse conteúdo de fácil realização e que atende a alguns objetivos.

A ginástica artística estimula o desenvolvimento de qualidades físicas e psicomotoras tais como: flexibilidade, força agilidade, velocidade, coordenação motora, equilíbrio, noções de espaço e tempo, lateralidade, percepção e sentido sinestésico. No aspecto afetivo-social desenvolve a socialização, organização, ação, disciplina, responsabilidade, coragem, solidariedade.

Seqüência didática

1º momento – Definição e História
Apresentar ao aluno os conhecimentos básicos referentes à modalidade. Pode ser através de um texto impresso, computador, internet ou data show. Sugiro este texto encontrado no site http://www.birafitness.com/ginastica_olimpica/esporte.htm , que por sinal é um site muito instrutivo e pode ajudar muito o professor de educação física. 
A ginástica Artística é um esporte olímpico com normas oficiais de competição. Engloba um conjunto de exercícios corporais sistematizados, em diversos aparelhos, realizados em série. Nestes exercícios são exploradas praticamente todas as qualidades físicas do ginasta, mas principalmente a força, a agilidade, a flexibilidade e o equilíbrio. Trata-se, portanto, de um esporte que margeia a arte. Utiliza, fundamentalmente, o desenvolvimento da coordenação motora, o uso do intelecto na criatividade, expressão corporal e suas implicações sociais, a disciplina e organização, elementos indispensáveis à formação e educação da criança e do adolescente. A nível competitivo é exigido do ginasta muita disciplina e força de vontade, concentração e prática mental dos movimentos, uma necessidade muito grande de repetição e auto-domínio do corpo para que tenha um bom desempenho.  A idéia básica da Ginástica Artística (ou Olímpica) e o seu aparecimento são baseados nas formas naturais de desenvolvimento do homem, entretanto, a sofisticação tecnológica e o alto desenvolvimento técnico dos movimentos em nossos dias parece interceder nesta fórmula natural, para torná-la muito mais artificial. Trata-se, portanto, de uma atividade predominantemente anaeróbica, com técnica apurada, que produz um efeito de imensa beleza, com movimentos precisos e seguros, que pode ser considerada como uma arte, idéia que deu origem ao termo “ginástica artística”.
O termo ginástica origina-se do grego gymnádzein, que significa “treinar” e, em sentido literal, “exercitar-se nu”, a forma como os gregos praticavam os exercícios. É na Grécia que a ginástica alcança um lugar de destaque na sociedade, tornando-se uma atividade de fundamental importância no desenvolvimento cultural do indivíduo. Os exercícios físicos eram motivo de competição entre os gregos, prática que caiu em desuso com o domínio dos romanos, que a utilizavam com fins militaristas. Durante a Idade Média, há um desinteresse total pela ginástica como competição e o seu aproveitamento esportivo ressurge na Europa apenas no início do século XVIII. São então criadas as escolas alemã (caracterizada por movimentos lentos e rítmicos) e sueca (à base de aparelhos). Elas influenciam o desenvolvimento do esporte, em especial o sistema de exercícios físicos idealizado por Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852), o Turnkunst, matriz essencial da ginástica artística hoje praticada.
 Para os homens, há provas de barra fixa, barra paralela, cavalo com alças, salto sobre o cavalo (até o ano 2000, feito sobre o cavalo de madeira em posição longitudinal em relação à pista de corrida; a partir de 2001 este aparelho é substituído pela moderna mesa de saltos), argolas e solo. Mulheres disputam exercícios de solo (com acompanhamento musical), salto sobre cavalo (até o ano 2000, feito sobre o cavalo em posição transversal, hoje substituído pela mesa de saltos), barras paralelas assimétricas e trave de equilíbrio. Os exercícios de cada ginasta são julgados e pontuados por um júri. Aprofunde mais seus conhecimentos sobre este assunto nas salas de aula “Aparelhos e Provas Femininas”e “Aparelhos e Provas Masculinas”.
 A Ginástica Olímpica é organizada através de federações e confederação do Brasil. A nível internacional fica na competência da FIG (Federação Internacional de Ginástica). É a FIG que determina as diretrizes e normatiza as competições a nível internacional, realizando grêmios após os campeonatos internacionais, onde é feita a atualização do Código de Pontuação (livro de regras do esporte). Abaixo da FIG estão as Confederações dos países filiados, dentre elas a CBG(Confederação Brasileira de Ginástica), que regulamenta não só a Ginástica Artística, mas todas as outras modalidades ginásticas, que são: Ginástica Aeróbica Esportiva, Ginástica Geral (única não competitiva), Ginástica Rítmica Desportiva, Esportes Acrobáticos e Trampolim Acrobático (que envolve as provas de trampolim individual e sincronizado, duplo-mini trampolim e tümbling). Subordinados à CBG estão todas as Federações Estaduais Brasileiras, como a Federação Mineira de Ginástica, a Paulista, a Brasiliense, e assim por diante. Estas federeções respondem pelos clubes a elas filiados. Todos os ginastas devem ser registrados nas federações estaduais de seus estados para participarem de campeonatos oficiais estaduais, na CBG para participarem de campeonatos nacionais e na FIG para os   internacionais. 
Um ginásio de ginástica para preparação competitiva deverá ter os equipamentos básicos, listados a seguir:
Solo: colchões de espuma densa, ou tablado oficial com 12m x 12 m.
Salto sobre o cavalo: trampolim oficial e cavalo para saltos, atualmente substituído por uma moderna mesa de saltos (ou material auxiliar: plinto com seis módulos e mini-tramp) e colchão denso de 20cm de altura para aterrissagem.
Demais provas: equipamentos oficiais para as provas de paralelas assimétricas, paralelas simétricas, trave de equilíbrio, barra fixa, cavalo com alças e argolas, com colchões sob todos estes aparelhos, para maior segurança na execução das séries e saídas. Estes equipamentos podem ser facilmente adaptados para atividades não competitivas, utilizando-se materiais de baixo custo, devendo-se observar a questão da segurança dos praticantes no que diz respeito principalmente às dimensões (devem ser adequadas à clientela alvo), à resistência dos materiais utilizados e acolchoamento das superfícies.
A ginástica faz parte das Olimpíadas desde sua primeira realização em Atenas (1896), somente com a participação masculina. Desde as competições de Berlim (1936), foram criadas as categorias masculina e feminina, individual e por equipe. Em anos pares não-olímpicos realizam-se campeonatos mundiais.

2º momento – Aparelhos e provas
Femininas
Selecione um grupo de imagens para visualização e em grupo deixe que observem e comentem. Em seguida comente algumas curiosidades sobre cada aparelho para despertar o interesse dos alunos, ao mesmo tempo que passa conhecimento.


Paralelas assimétricas


Cavalo


Solo



Masculinas

Argolas


Cavalo com alças

Barra fixa







Paralelas Simétricas



Salto sobre Cavalo



Solo

3º momento – Vídeos

Mostre alguns vídeos relacionados à ginástica artística que podem ser encontrados no You Tube. Escolha no mínimo um vídeo de cada aparelho e prova, para que todos possam visualizar e apreciar a ginástica Artística.




4º momento - Iniciação e Experimentação.
Vivenciar alguns movimentos é importante. A iniciação deve acontecer de maneira lúdica, tornando a aula agradável. Inicie o treinamento com os aparelhos na menor altura possível, sempre partindo do simples para o complexo. Trabalhe os movimentos básicos um de cada vez, e repita quantas vezes for necessário. 

Solo (masculino e feminino): para as provas de solo, selecione alguns exercícios de iniciação. Pois os exercícios do solo serão a base para os exercícios nos aparelhos. Costumo utilizar os seguintes movimentos:
  • Vela, Avião,
  • Avião estilo bandeira,
  • Rolamento à frente grupado,
  • Rolamento à frente carpado,
  • Rolamento à traz grupado,
  • Rolamento à traz carpado,
  • Rolamento à frente afastado,
  • Rolamento à traz afastado,
  • Parada de cabeça,
  • Parada de mão,
  • Esquadro carpado,
  • Esquadro grupado,
  • Esquadro afastado,
  • Salto grupado,
  • Salto carpado 
  • Salto afastado.
Provas Masculinas
Barra fixa:
  • Pegadas ou empunhaduras: dorsal, palmar, cruzada, mista.
  • Deslocamento (frontal e lateral) na barra utilizando as empunhaduras.
  • Impulsão sobre a barra
  • Saltiros laterais
  • Giros
  • Balanceios
Barras Paralelas:
  • Pegadas ou empunhaduras.
  • Deslocamento (frontal e lateral) na barra utilizando as empunhaduras.
  • Impulsão sobre a barra
  • Saltiros laterais
  • Giros
  • Balanceios
Cavalo com alça
  • Pegada
  • Esquadro carpado,
  • Esquadro grupado,
  • Esquadro afastado,
Argolas.
  • Pegada
  • Sustentação
  • Balanceio

Provas femininas
Trave de equilíbrio
  • Equilébrio com os os pés
  • Equilíbrio com um pé só
  • Deslocamento frontal sobre a barra
  • Deslocamento lateral sobre a barra
  • Balanceios
  • Caminhar p/ frente
  • Caminhar de lado
  • Caminhar de costas
  •  Rotação de 360º (caminhando)
  • Deslocamento em 4 apoios
  •  Lançamento de pernas a frente (2x cada perna)
  • ½ giro sobre os 2 pés em ½ ponta
  • entar e levantar c/ apoio das mãos
  •  Chassê S
  • Saídas: Extensão, Grupado, afastado
  • Gatinho
  •  Tesoura 
  •  Salto de extensão
  • Sentar e levantar s/ apoio das mãos
  • ½ giro sobre 1 perna
  • Avião 2” S
  • Salto grupado E Entradas
  • Roda (estrelinha)
Barras assimétricas
  • Pegadas ou empunhaduras: dorsal, palmar, cruzada, mista.
  • Deslocamento (frontal e lateral) na barra utilizando as empunhaduras.
  • Impulção sobre a barra
  • Saltiros laterais
  • Giros
  • Balanceios
Salto sobre o cavalo
  • Salto de Extensão com trampolim
  •  Salto Grupado com trampolim
  •  Salto Afastado com trampolim
  • Salto Ext. + Rolo p/ frente com trampolim
  • Salto de extensão por sobre obstáculo com trampolim
  •  Salto de extensão para cima do plinto com trampolim. 


5° Momento: Conversação direcionada
Com os alunos sentados em circulo levante as seguintes questões para diálogo:
  1. Conheciam a ginástica por esse ângulo?
  2. Qual aspecto mais gostou?
  3. Qual aspecto menos apreciou?
  4. O que conseguiu fazer que antes não conseguia?
  5. Quais as sensações que sentiu ao realizar os exercícios?
Comente com os alunos e alunas a relação da prática de exercício e a sensação de bem estar.

6º Momento: Seqüência de movimentos
Proporcione aos alunos uma seqüência de movimentos, baseado nos exercícios que realizaram,  em cada uma das provas e proporcione a oportunidade de participação a todos.

7° Momento: trabalho em grupo
Com os alunos reunidos em pequenos grupos, proponha que cada grupo escolha um ou mais aparelhos e crie uma seqüência de movimentos. Acompanhe o desenvolvimento do trabalho.

8º Momento: Apresentação
É hora de mostrar o resultado do trabalho dos alunos, valorizando a construção do trabalho. Proporcione um momento de descontração e incentivo aplaudindo a todos. Bom trabalho!